Trabalhadores (as)

É fato que vivemos uma situação de extrema insegurança e precisamos nos cuidar. Tanto no plano do trabalho e geração de renda como, principalmente, na questão da saúde pública nossa realidade hoje é preocupante e jamais experimentada em tempos recentes. Em nível mundial, estamos sendo impactados diariamente pela disseminação do Coronavírus(Covid19), que avança de forma rápida pelo mundo. No Brasil, conforme o Ministério da Saúde, os números já indicam que sua presença tem dobrado a cada dois ou três dias.

No âmbito do trabalho, nossas previsões de final de 2019, sobre ataques aos direitos dos trabalhadores e as dificuldades que enfrentaríamos neste ano de 2020 se confirmaram antes do tempo. Na questão da saúde pública, aqui no Brasil, a preocupação com a pandemia é agravada pelas Fake News e pela omissão de alguns representantes do governo, em especial o presidente Jair Bolsonaro que, pelo visto em seu destempero, ainda não acredita na disseminação e letalidade do vírus que, a bem da verdade, está apenas em seu estágio inicial no país. 

Sim, estamos preocupados com esta postura irresponsável de quem deveria assumir seu papel na liderança das ações de combate ao vírus, ajudar a preservar vidas e criar alternativas viáveis para a situação econômica do país. Infelizmente, não é o que temos visto e, mais grave ainda, sua postura está indo na contramão do que se faz atualmente no mundo todo, a prevenção.

Para ficarmos num ponto específico, a Medida Provisória nº 927/2020, que dispõe sobre “medidas trabalhistas” a serem adotadas durante o período da pandemia Coronavírus (Covid-19), registra um ataque brutal ao trabalhador, o emprego e contraria todas as expectativas. Enfim, é uma MP que aprofunda ainda mais a situação de incertezas e coloca em risco a sobrevivência de milhares de famílias. Este é o ponto aqui, a retirada de meios de sobrevivência.

Neste momento de crise, onde uma pandemia desestrutura a economia mundial, atinge milhões de pessoas, isola, deprime, fragiliza as famílias e já levou à morte milhares de pessoas, as medidas preventivas e de proteção não são alarmismo e nem histeria, são vitais. Estamos no início do processo, teremos meses de luta. Não podemos começar esta jornada enfraquecidos por convicções políticas e interesses que negligenciam a situação e abandonam os trabalhadores e suas famílias.

Atenciosamente

Milton Sobral