No final de agosto deste ano, mesmo enfrentando sérias dificuldades, surgidas durante o processo negocial, encerramos as negociações coletivas do setor Etanol 2019-2020. Quem acompanhou de perto sabe, foi uma jornada repleta de atividades que, lógico, não poderia ser diferente, afinal esta é a nossa luta e dos trabalhadores. Há mais de 30 anos, estamos em ação e, por experiência, não esperávamos outro cenário.

Em nossa base territorial, o processo de Negociação Coletiva do Setor de Álcool/Etanol, foi fechado após 32 assembleias com trabalhadores nas empresas e cerca de 12 reuniões com representantes do setor patronal. Como resultados da votação dos trabalhadores, além dos reajustes salariais, conforme aprovação nas empresas, também foi conquistada a manutenção das demais cláusulas do acordo coletivo anterior.

Sabemos que alguns acham pouco e outros não, entendo que isso é uma questão de avaliação pessoal e de interesses específicos. Nossa luta sempre é em prol de mais conquistas para a maioria, mas acreditem, sem a participação dos trabalhadores no sindicato nada é possível.

Neste ponto, o da presença dos trabalhadores nas assembleias e demais atividades sindicais, é que reside a força da mobilização da categoria. 

Falo com conhecimento de causa, pois o Sindetanol acompanha esta luta em todo o estado de São Paulo e quando necessário, em outras regiões do país.

Portanto, mais do que uma questão de posicionamento em favor de A ou B, a verdade é que, há tempos, estamos sob intenso ataque aos direitos dos trabalhadores e a união nunca fez tanta diferença como neste momento.

Apenas como exemplo, basta ver a aprovação da Reforma Trabalhista. Entre outros danos, ela trouxe mudanças nas férias, jornada de trabalho, tempo na empresa, descanso, negociação, demissão e outras questões. Tudo isso com a enganosa propaganda de aumentar os postos de empregos e diminuir o desemprego, porém, até o momento, isto não ocorreu.

Agora, teremos pela frente a aprovação da Reforma da Previdência, onde, novamente, ocorrerão mudanças na vida dos trabalhadores, principalmente na forma de se ter direito ao acesso à aposentadoria. Não é pouca coisa, mas aguardem, este governo não vai parar por ai.

Infelizmente, já sabemos de reuniões para aprofundar a reforma trabalhista, ou seja, ao trabalhador empregado e mais ainda ao desempregado, caberá mais uma vez o sacrifício de arcar com o resultado desta política do governo que, retira ainda mais direitos dos trabalhadores e os oprime novamente, repetindo o discurso de gerar empregos e desburocratizar a produção.

Em meio a toda esta situação, não vejo outra saída, precisamos fazer um trabalho de “formiguinha” mesmo. Cada vez mais, unir trabalhadores e sindicato, pois, é visível que vivemos tempos difíceis, de insegurança e angustia, enquanto buscamos garantias para melhorar a situação dos trabalhadores.

Saudações

Milton Ribeiro Sobral

Presidente do Sindetanol